24/05/2023 às 19h23min - Atualizada em 25/05/2023 às 00h00min

Como evitar que construtechs quebrem?

* Por Patrícia Zanlorenci, CEO da Vellore Ventures  

SALA DA NOTÍCIA Assessoria de imprensa

Nas últimas décadas, têm surgido no mundo inteiro startups especializadas em diversos segmentos, como fintechs, insurtechs, healthtechs, govtechs, entre outras. Nesse período, o setor da construção civil no Brasil deu um salto em termos de transformação digital, graças ao apoio das chamadas construtechs, que estão revolucionando a área com o uso da tecnologia e trazendo cada vez mais oportunidades.

Uma pesquisa da Sling Hub, plataforma de inteligência de dados, apontou que, em 2022, foram investidos mais de US$ 5,2 bilhões em startups no Brasil. Para 2023, a expectativa é de um cenário de crescimento. No entanto, para colocar uma ideia inovadora em prática, os empreendedores precisam correr atrás de recursos que vão além da questão financeira. Uma equipe competente e uma rede estratégica de pessoas com experiência no mercado de inovação e tecnologia, por exemplo, podem orientar a startup rumo ao crescimento.

De acordo com uma pesquisa da iugu, plataforma de automação financeira, as empresas emergentes conseguem deslanchar depois de 11 meses, em média. O estudo “Causa da mortalidade de startups brasileiras”, da Fundação Dom Cabral, também mostra que pelo menos 25% das startups quebram no primeiro ano de atividade. Por isso, os empreendedores devem estar preparados para lidar com os desafios inerentes aos primeiros passos do negócio. Com as construtechs não é diferente, embora algumas particularidades precisem ser levadas em consideração para garantir a sustentabilidade da marca em longo prazo.

A falta de capital é um dos maiores gargalos para as startups, bem como a escassez de orientações e de conhecimento a respeito da área de atuação. Por isso, o modelo venture builder vem crescendo, com o intuito de garantir a assistência necessária a essas companhias na condução inicial para contornar os desafios. Dessa maneira, é preciso entender a fundo a realidade dos clientes, ouvindo o que eles têm a dizer. Mapear as dores e as ferramentas ideais para preencher essas lacunas é fundamental.

No caso do mercado de construção civil e de materiais de construção, torna-se ainda mais importante o contato próximo com o cliente e esse intercâmbio de ideias, tendo em vista que o setor é tradicionalmente mais resistente à adoção de novas tecnologias. Assim, ao tentar incorporar uma inovação por meio de uma construtech, é necessário pensar em produtos e soluções altamente relevantes para o segmento. Desde o início do planejamento, a marca deve estar alinhada às necessidades dos usuários.

Outro desafio para as construtechs no começo da jornada é a conquista de credibilidade por parte dos clientes. Sem cases de sucesso para apresentar, pode parecer difícil demonstrar a relevância do produto. Por isso, os empreendedores devem ser resilientes e buscar empresas que se mostrem dispostas às novas ideias. Nesse sentido, é importante ter na ponta da língua um bom pitch. Saber se vender pode ser um dos principais segredos para um empreendedor no ramo das construtechs. Além disso, é essencial demonstrar domínio sobre o seu negócio e apresentar as informações de forma coerente e atrativa.

O mercado vem crescendo e a tendência é que ganhe cada vez mais relevância. Conforme a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), a construção civil representa cerca de 7% da economia do Brasil, empregando 10% dos trabalhadores brasileiros. Apesar dos desafios, o segmento tem muito espaço para a inovação, com diversas oportunidades para as startups.

* Por Patrícia Zanlorenci, CEO da Vellore Ventures,braço de inovação do Grupo Vellore .


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