Na semana passada, Satya Nadella informou que a Microsoft demitirá, ao longo dos próximos meses, 7,8 mil pessoas, a maioria de equipes relacionadas ao mercado móvel. O movimento automaticamente levou parte do mercado a entender que a companhia estava desistindo do setor, mas o CEO explicou, em entrevista à ZDNet, que não é bem assim.
No bate papo, Nadella lembrou que dez anos atrás a Microsoft estava muito à frente dos adversários porque os desktops eram as grandes centrais de comunicação, o que fazia com que o Windows estivesse presente em 90% dos aparelhos conectados à internet. Com esse cenário, a empresa investiu cada vez mais no computador, acreditando que ele era o futuro.
Quando os smartphones chegaram, eles rapidamente reescreveram a indústria e a Microsoft ficou para trás, embora tenha lançado o Windows Phone. Assim, justifica Nadella, investir pesado no mercado de dispositivos móveis seria cometer novamente o erro de apostar que o futuro está ligado a uma única probabilidade - e, quando a Microsoft fez isso na década passada, ela ao menos tinha a liderança do setor em questão, o que não acontece agora.
A ideia, então, é aparecer como uma marca de integração. A Microsoft ainda domina a área de produtividade com o pacote Office, e o Windows, agora transformado em plataforma “multi-dispositivos”, continuará assegurando que sua presença seja notada em vários tipos de aparelhos.
“Nós temos três plataformas sobre as quais eu gosto de falar”, comentou o executivo: “Windows, Azure e Office. Gosto de pensar que as três estarão abertas aos outros e, é claro, vamos construí-las juntas.”